sexta-feira, 24 de junho de 2016

Resenha: Feios, o primeiro livro da saga de Scott Westerfeld

Oolá,


Capa brasileira de "Feios"


Cá estou eu para a minha primeira resenha de um livro! Vamos lá?




Informações Básicas:
Nome: Feios (Imperfeitos, em Portugal)
Série: Feios
Autor: Scott Westerfeld
Páginas: 416
Editora: Galera Record
Sinopse: Tally está prestes a completar 16 anos, e mal pode esperar. Não para dar uma grande festa, mas sim para se tornar perfeita. No mundo de Tally, fazer 16 anos significa passar por uma operação que o transformará de "feia" em um ser incrivelmente belo e perfeito, e lhe dará passe livre para uma vida de glamour, festas e diversão, onde seu único trabalho é aproveitar muito.
Mas Shay, uma das amigas de Tally, não está tão ansiosa assim: prefere se arriscar fora dos limites da cidade. Quanto Shay desaparece, Tally vai conhecer um lado totalmente diferente desse mundo perfeito - e, acredite, não é nada bonito.

Vamos lá?

Bom, vou começar tirando o óbvio do caminho: Eu amo ficção científica.
De paixão mesmo.

Sci-fi <3

Então eu já começo sendo bem parcial com relação a esse livro, porque eu li algumas reviews e eu vejo pessoas falando que não é lá aquelas coisas e eu fico achando que essas pessoas são malucas. Mas okay, eu tenho essa opinião quanto a alguns livros que eu já li.

"Feios" conta a história de Tally Youngblood, uma jovem de 15 anos que é feia. Isso, em Vila Feia, não quer dizer nada, além de que ela não completou 16 anos, que é quando todos os adolescentes passam por uma operação.

Tally no mangá "A história de Shay"

Nela, os feios são submersos num tanque onde sua pele é removida e trocada por uma nova e melhor, incapaz de suar ou de ficar com cicatrizes. Então seu rosto é deixado simétrico com um tipo de plástico específico, os olhos ficam grandes e a cor pode ser deixada mais viva ou até mudada. Os dentes são substituídos por outros feitos de cerâmica de aeronaves. Seu esqueleto é trocado por um novo com a estrutura mais leve e mais resistente, e seus reflexos, músculos e imunidades são melhorados, além da gordura excessiva ser retirada.

Isso parece assustador, mas é o sonho de Tally, que está ansiosa para finalmente poder realizar a operação, se tornar Perfeita e ir morar em Nova Perfeição, a cidade onde todos os Perfeitos vão após a operação. Lá eles tem como única obrigação se divertirem e festarem o tempo inteiro.

E é quando ela está pregando um de seus truques que ela conhece Shay, uma garota que também está prestes a completar 16 anos, assim como ela, no entanto, ela não tem interesse nenhum em realizar a operação. Segundo Shay, ela gosta de ter os lados de seu rosto diferentes - o que é sinal de estresse na infância - e Tally acha besteira o comportamento dela.

E, depois de passarem um tempo afastadas após uma discussão, Shay retorna e diz que vai fugir, que não deseja operar. Ela também diz que está indo para um lugar chamado Fumaça, uma cidade escondida onde todos vivem feios para sempre, envelhecem naturalmente e vivem em meio à natureza.

Shay quer levar a amiga consigo, mas Tally só quer se tornar Perfeita o mais rápido possível. As duas se despedem e Tally fica com uma carta com direções para chegar em Fumaça, caso ela deseje ir também.

A Fumaça, no mangá "A História de Shay"

No tão esperado dia da cirurgia, Tally é levada para conversar com os funcionários do departamento de Circunstancias Especiais - ou só Especiais - que, para muitos, são apenas uma lenda urbana. Lá ela descobre que, se quiser virar Perfeita, terá que se aventurar nesse novo mundo para trazer Shay de volta.

E com tudo o que conhece sendo retirado de suas mãos, ela decide fazer o que lhe foi pedido, para descobrir que o mundo não é o que ela imagina e a perfeição esconde um segredo terrível.

David, um dos feios que ela conhece em Fumaça,
no mangá "A História de Shay"
Uma das críticas que li sobre o livro dizia que o livro era um pouco parado, com vários momentos em que nada acontecia, somente explicações. Isso não está de todo errado, mas faz sentido, simplesmente porque é um mundo novo com tanta coisa diferente que ficaríamos perdidos se não fosse a explicação sobre quem são os Enferrujados, ou sobre como funcionam os dormitórios, ou ainda sobre o motivo de Tally não chamar seus pais de "Pai" e "Mãe - segundo ela, isso é coisa de criança (em inglês, são chamadas de litlies, eu confesso que não sei se há um termo em português).

Feios me surpreendeu. Eu realmente não esperava uma história tão envolvente quando comecei a ler, sem bem saber o que imaginar apenas pela sinopse. Também eu comecei Feios pelo audiobook - e demorei a me acostumar com a voz meio drogada, meio de nojo da narradora, e isso me fez quase desistir de continuar. Sério. Agora não consigo imaginar outra pessoa narrando a história.

Passada a primeira barreira, eu comecei a mergulhar nesse universo fantástico criado pelo Westerfeld, cheio de tecnologia e sustentabilidade. Tally não é uma rebelde natural, que já começa chutando barreiras e quebrando paradigmas, ela é só mais uma adolescente feia que quer se tornar Perfeita e, quando isso é tirado dela, a garota fica sem chão. Ser obrigada a se aventurar sozinha fora dos limites da cidade, lugar onde viveu sua vida toda, num mundo selvagem para trair sua amiga não lhe é nem um pouco atrativo.

Tally aprende a andar de hoverboard com Shay e vira uma de suas paixões.

Conforme conhecemos a Fumaça e o David, o desenrolar leva Tally ficar dividida sobre fazer o que os Especiais lhe pediram. A trama te leva a crer que a história claramente irá tomar certo rumo, apenas para sermos surpreendidos com o final. A narrativa é bem trabalhada e não é cansativa, então flui muito bem pelas páginas (ou minutos, para os que como eu terão interesse no audiolivro).

A beleza concreta da Fumaça também tirou as preocupações de sua cabeça. Cada dia que nascia parecia mudar a montanha, o céu e os vales próximos, tornando–os deslumbrantes de modos completamente diferentes. A natureza, afinal, não precisava de uma operação para ficar linda. Ela simplesmente era.

Para os que gostam de ficção científica é um olhar novo para o futuro, além de uma crítica pesada à nossa sociedade que se apoia nos conceitos de beleza, tanto que há pessoas com a doença de "não comer" - e isso, para Tally, é tão horrendo quanto cortar árvores vivas.

David respirou fundo. ”Devastação” era como se chamava o que os Enferrujados haviam feito às antigas florestas: todas as árvores derrubadas, todos os seres vivos dizimados e países inteiros transformados em pastagem. As florestas tropicais tinham sido destruídas, reduzidas de milhões de espécies interligadas a um bando de vacas comendo grama – uma vasta teia cheia de vida trocada por hambúrgueres baratos.
Já se sente envergonhado o suficiente?

Se você está em dúvida sobre começar ou não a série, em minha humilde opinião vos digo: leia. A história é envolvente e me surpreendeu muito com suas reviravoltas. Para os amantes de ficção científica como eu são horas de diversão garantidas, e para aqueles que amam uma boa história, digo que não irão se decepcionar. "Feios" irá fisgar você e te jogar no mundo novo de Westerfeld.

Aproveite a viagem!

Nota    

Adaptação para o cinema?

Os direitos da série Feios foram comprados pela 20th Century Fox em 2011, mas nenhum filme ou seriado foi feito até hoje. O que é uma pena, comparado ao sucesso que coisas muito piores fizeram na telona.

Gostaria de poder ir ao cinema assistir a história de Tally Youngblood - e logo.

No entanto, enquanto pesquisava sobre a história, achei uma notícia aqui que diz que a história seria contada pela coadjuvante Shay, como no mangá "A história de Shay". Minha cara imediatamente ficou assim:

Julgando a 20th Century Fox não muito silenciosamente.

Não quero me estender muito nesse post que já está longo, mas a Shay, no segundo livro, passa por problemas mais complicados. Tirar a história da Tally seria um erro horrível para a trilogia - e talvez até romantizasse um hábito que aparece no segundo livro, pois, em sua própria concepção errônea, Shay não se acha nem um pouco errada e acredita que o que faz é justificável.

Também, não tenho muitas esperanças com o produtor John Davis, que fez Eragon - outra série bacana que tinha muito potencial e acabou num filme que é apenas "bacaninha", além de ter fugido muito da história principal - mas isso é assunto pra outro post.

Então é isso, espero que tenham gostado e comentem suas opiniões sobre a série e tudo mais.
Fiquem com meus beijos.



Até a próxima!

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